Vittorio, voluntário CES – Testemunho: A minha primeira semana em Lisboa
Testemunho: A minha primeira semana em Lisboa
Olá! Chamo-me Vittorio, venho de uma pequena vila do norte da Itália, Malnate. Tenho 27 anos e sou licenciado em relações internacionais em Milão.
Sou voluntário do Corpo Europeu de Solidariedade na área de mobilidades Europeias do Clube no âmbito do projecto “Line up for change”.
É a primeira vez que estou em Portugal mas tenho vários amigos que já visitaram e que me disseram muito bem do país. O vislumbre de Lisboa do alto, no avião, é espectacular: o rio Tejo, o oceano, os bairros dispostos em vários níveis, as cores delicadas das casas.
Após o desembarque encontrei-me imediatamente com o Nuno, coordenador do projeto. Ele me deu o cartão Lisboa Viva, que me permite usar o metro. Fomos imediatamente para a minha nova casa, na freguesia do Areeiro, onde conheci o Carlos, uma pessoa com muitos talentos que estava dar os últimos retoques no meu quarto.
Posteriormente, tive o prazer de visitar o escritório do Clube e de conhecer as pessoas que nele trabalham. Desde o início tive a sensação de estar num ambiente multicultural e multilingue, onde fui muito bem recebido. Depois percorri os bairros, onde o Clube implementa os seus projectos locais. Fiquei impressionado pelos graffiti que decoram os edifícios e o facto que foram escolhidos pelos próprios residentes. Eu também tive a extraordinária oportunidade de visitar uma quinta de um dos moradores. No final da tarde, com a inscrição num curso de francês na Universidade de Lisboa, o meu primeiro dia já tinha terminado. No segundo dia, participei como infiltrado no tandem linguístico espanhol-português, um evento em que participaram jovens galegos e portugueses de todas as idades. Foi muito interessante ver como as duas línguas, embora sejam próximas, diferem muito uma da outra.
O terceiro dia foi dedicado mais à descoberta de Lisboa. Com Nuno e Ana (estagiária de Valência), visitámos o magnífico Jardim Gulbenkian, onde se pode encontrar um museu rodeado pela natureza. Tendo aproveitado a oportunidade para ver os arredores da Praça de Espanha, também experimentar alguns pratos típicos, como a alheira frita.
Sexta-feira foi a vez de visitar Belém. Pude admirar o Padrão dos Descobrimentos, monumento situado ao longo do rio Tejo dedicado à época das descobertas portuguesas, onde estão representados os mais importantes exploradores e navegadores. Um pouco mais adiante havia vários pescadores, no fundo a Ponte 25 de Abril e mais adiante ainda o monumento do Cristo-Rei. A próxima paragem foi o Mosteiro dos Jerónimos e claro que tive de experimentar os famosos Pasteis de Belém.
Finalmente chegou o fim-de-semana. No sábado, depois de descer do metrô na estação do Martim Moniz, dei um passeio até ao Castelo de São Jorge e depois ao Miradouro de Santa Luiza para desfrutar a vista deslumbrante da cidade. Aqui também encontrei um pequeno mas bem cuidado jardim, com um alpendre decorado pelos azulejos portugueses. Aproveitei a oportunidade para visitar a Feira da Ladra, um mercado onde há um número infinito de objectos usados, alguns folclóricos. Nas proximidades há o Panteão nacional, um lugar onde estão guardados os restos mortais de algumas figuras importantes portuguesas, como Vasco da Gama, Luís Vaz de Camões e Pedro Álvares Cabral.
Durante a visita aos jardins Gulbenkian notei um manifesto anunciando a exposição O gosto Pela Arte Islâmica, e sendo domingo o penúltimo dia da exposição temporária corri para lá. Todos os artefactos foram recolhidos durante anos por Calouste Gulbenkian que tinha origens arménias e uma paixão pela arte do Médio Oriente. A colecção é composta por várias pinturas, livros e tapetes enriquecidos por escritos árabes.