Verónica – Um cheirinho de Lisboa

Sou a Verónica, tenho 24 anos e venho de San Sadurniño, que é uma pequena vila do norte da Galiza. Defino me como sendo uma pessoa ativa e viajante; Gosto de conhecer tudo o que me rodeia e a mim mesma, assim como descobrir coisas novas. Sou Educadora Social e tirei um mestrado em Intervenção em Violência Contra as Mulheres que é o âmbito que mais me interessa dentro do social.

Vim a Lisboa para fazer um estágio de três meses através do Projeto Galeuropa na Associação Crescer, que trabalha com uma população-alvo diferente do que estou habituada, toxicodependentes. É por isso que estou a adquirir novas competências profissionais, a tirar ideias estereotipadas sobre este coletivo e a ampliar a minha visão e conhecimentos sobre as adições. O que estou a fazer é trabalho de prevenção de riscos e minimização de danos com as equipas de rua na cidade de Lisboa, fazemos troca de seringas, entrega de material de consumo, intervenção psicossocial e educativa na rua, e acompanhamentos dos utentes às diferentes estruturas sociais da cidade. Além disso, estou a conhecer os diferentes projetos da Crescer com pessoas sem-abrigo, housing first e trabalho com os refugiados.

Sobre a minha experiência em Lisboa, posso dizer que estou a descobrir uma cidade cheia de cultura, arte e música. O que eu mais gosto é do pôr-do-sol musical no miradouro de Sta. Caterina, da pizza grátis aos domingos no RDA e da Assembleia Feminista de Lisboa “Somos as Filhas da Luta!”. E do que menos gosto é dos comentários machistas pelas ruas de Lisboa e do gosto que eles têm pelos coentros nas refeições. Uma recomendação para passar uma boa tarde é comer um gelado da Nanarella entre as árvores do jardim do Príncipe Real e depois beber uma imperial à beira rio no Cais do Sodré.

À parte de desfrutar o meu tempo de lazer estou também a aprender português, que não é muito complicado pela sua parecença com o Galego. Já tenho as minhas palavras favoritas como fofinha/o que é a variante portuguesa do nosso riquiña/o e engraçada/o que quere dizer divertida/o. E como estou a falar de palavras, se tenho que escolher uma para definir o meu Galeuropa seria Movimento.

Antes de finalizar o meu estágio gostaria de abordar a perspetiva de género no trabalho com as mulheres utilizadoras de drogas e de fazer uma viajem pelo sul de Portugal e á ilha de São Miguel.

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