BALANÇO SVE DA VANESA
Crescer não é o mero feito de ter mais idade é, portanto, a soma de experiências profissionais e pessoais muito enriquecedoras para as nossas vidas. Fernando Pessoa disse que não somos do tamanho da nossa estatura, pois, somos do tamanho dos nossos sonhos. Eu também acrescentaria a isto que somos do tamanho das competências pessoais e profissionais que vamos ganhando ao longo das nossas vidas. E sim, acredito que a experiência que me está a aportar o Serviço de Voluntariado Europeu em Lisboa é a chave para me fazer “Maior”.
Quando terminei os meus estudos em história da arte em julho do 2016 (um mês antes de chegar aqui) estava um tanto desorientada no âmbito profissional, e também no pessoal. Sentia um grande vazio, pois, tinha a sensação que a licenciatura de história da arte que eu tirara durante quatro anos estava focada no mundo académico e na comercialização da arte. Apenas tive cadeiras na faculdade que nos ofereciam conhecimentos sobre a arte como um vínculo de inclusão social e comunitária. Mas, por causalidade ou por casualidade, tive a oportunidade ser candidata como voluntária europeia no Clube Intercultural Europeu com o projeto Mais Bairro: mobility, art, interculturalism and social media promovido pelo Erasmus +. Esta associação está a gerir muitos projetos vinculados à cultura, à arte e o social. Uma das iniciativas que mexe mais comigo é o PA-REDES: um projeto artístico de arte urbana de inclusão social nos bairros Carlos Botelho e João Nascimento Costa onde estou a aprender novas metodologias artísticas que saem dos moldes convencionais dos museus. O Clube também está a gerir outros projetos que estão ligados aos cursos ou licenciaturas que eu adoraria fazer: Assistente social ou Animador Sociocultural, são duas vertentes que sempre ficaram no tinteiro e, que agora, afortunadamente fazem parte da minha vida.
Aliás, o prazer e sucesso que sinto nesta experiência SVE está intimamente ligada ao bairro onde estou a trabalhar é pedra básica para que eu possa dizer é MESMO FIXE (como se diz cá). Nestes bairros esquecidos (pois não são lugares centrais dos guias de viagem) sinto que os vizinhos me tratam como uma mais do bairro, como se fosse uma alfacinha, e não sinto, em nenhum momento, que estou a morar numa cidade europeia passando por uma transeunte mais. Os bairros João Nascimento Costa e Carlos Botelho, são bairros com ricas memórias, que ficarão sempre comigo apesar de serem bairros esquecidos. E falando de um modo geral, a cidade de Lisboa é uma capital europeia mágica para acalmar os meus anseios. É uma cidade multicultural e tradicional com um amplo leque de possibilidades, pois, há atividades lúdicas e culturais para todos os gostos (e muitas delas de graça).
Para além disso, também tenho de dizer que este crescimento se deve ao poder que me aporta por conhecer outras línguas e outras culturas ao sair do meu circulo de conforto. Estar no Clube Intercultural Europeu todos os dias permitir-me conhecer pessoas de muitos lares do mundo, os quais vêm de intercâmbio ou estagiar. Há seis meses cheguei aqui sem saber muito inglês, mas, agora já posso desenrascar uma conversa com outros colegas do Serviço de Voluntariado Europeu ou estagiários de diferentes nacionalidades.
No momento de fazer as malas, quando terminar o Serviço de Voluntariado Europeu em setembro, não vão caber todas estas experiências na bagagem.