A nova voluntária galega do Clube Intercultural Europeu.
Olá!
Chamo-me Vanesa, tenho vinte e três anos, e estou a realizar o Serviço Voluntario Europeu em Lisboa com o Clube Intercultural Europeu.
Há uns meses, quando terminei o Grau em História da Arte, sentia-me um bocadinho desorientada enquanto ao meu futuro académico e profissional. A minha cabeça nestes últimos tempos esteve a viajar por muitos lugares: pensei, num primeiro momento, em ir para Irlanda a aprender inglês; também, entre o meu leque de possibilidades estava a ideia de ir para o Chile ou outro país da América Latina para procurar trabalho. No fim, o projeto “MAIS BAIRRO” foi o motivo que me ajudou a escolher Lisboa como novo destino para crescer profissionalmente e pessoalmente. O Clube Intercultural Europeu, ao abeiro do Serviço Voluntário Europeu, ofereceu-me a possibilidade de caminhar pelas ruas cheias de luz da capital de Portugal.
O projeto “MAIS BAIRRO: Mobility, Art, Interculturalism and Social Media” e o “Projeto PA-REDES”, os quais visam uma maior integração dos vizinhos do Bairro Carlos Botelho e Nascimento Costa através de numerosas atividades, foi a panaceia para decidir ir embora. Quando tirei o meu último ano do Grau em Madrid, através do programa SICUE, na minha cabeça ficava a ideia de não procurar um espaço identitário numa grande urbe. Porém, tive a sorte de viver um ano em Lavapiés, um bairro obreiro e multicultural situado no coração de Madrid. Cá, ao deambular todos os dias por essas ruas, apanhei uma maior apropriação preceptiva e territorial pelo espaço urbanístico. Motivou pelo qual me apaixonei do projeto no que estou a trabalhar em Lisboa.
Aliás, o escolher o Serviço Voluntário Europeu na cidade da luz também parte de uma serie de causais que marcaram que saísse dos padrões académicos e profissionais (tipo Mestrado). Se calhar, depois de tirar quatro anos do Grau de História da Arte o que mais precisava era desenvolver os meus estudos de uma forma mais prática. Os projetos “Mais Bairro” e “PA-REDES”, que procuram a integração dos vizinhos, é um dos canais que me ajudaram a focar o meu percurso. Para mim a arte também não é um meio para a musealização e o mercado, a arte é um suporte para a integração de pessoas que moram num bairro, por exemplo.
Os meus hobbies e passatempos estão marcados pelo que estudei e pela minha vocação. Gosto muito da Arte e tenho vontade e tento assistir a todos os eventos culturais. Lisboa não é simplesmente a cidade da luz, também, é a cidade onde poder desenvolver os meus anseios pois, há numerosos eventos culturais todos os dias. Cá o tempo passa muito mais rápido, de facto!
Seguindo a frase de Fernando Pessoa “tenho em mim todos os sonhos do mundo”, aguardo poder crescer na minha área de trabalho com esta experiência. Também, aguardo conhecer com profundidade a cultura portuguesa, cuja essência se vê refletida na roupa pendurada em qualquer prédio. Além disso, aguardo conhecer-me melhor a mim própria ao mesmo tempo que caminho por estas ruas empedradas e resvaladiças para perder-me e encontrar-me de novo.